19.6.10


"Me fascina o prazer fortuito,

a excitação do inesperado,

o salto no escuro.

O gemido nunca ouvido,

a voz não existente nos guardados da memória.

O não saber... sem expectativas,

o momento em si e mais nada.

Apenas o que sobra além disso,

o sorriso, a lembrança

o que fica do que vai e não mais volta."



LuLi

15.6.10

Novos fragmentos




"Reticências me levaram a exaustão, eis me aos trapos, a remendar-me.


Arremedo de vida a redefinir, refinando limites.


Penso em solidão, balas, caos, solução, cigarro e aspirinas.


Todos os tempos verbais nos pecados nossos de cada dia, em todos os nossos dias.


Desde sempre a reproduzir o inacabado bordado.


Sismo cá com os meus botões, que não sei mais.


Nunca soube, aliás."




LuLi

14.6.10




"Nada é por acaso senão o ocaso."
LuLi

10.6.10

Perspectiva a luz do enlouquecimento


"Habituando-me a solidão, a meu ver, indispensável, ainda que pese em demasia sobre as ancas. Não que seja avesso ao convívio social, mas me repugnam as tradições, costumes, imposições e conveniências.

Isto me impele a esgueirar por entre tudo, a tentar não sucumbir ao resvalar em seus restos espúrios. Todas vãs, pois já há impregnado nesta rude superfície que me recobre, estigmas suficientes, soma de tudo e de todos, ainda sim resumida a nada.

Minha tensão psíquica impele ao delírio e de seu topo avisto a luz do enlouquecimento, na qual me apoio, deste ponto de vista, meus paradigmas perdem toda significância e se tornam mero acalento moral.

Tudo o que há e é tem um tanto de pretensão a certo embuste. Desconfio que o mundo se repete, ainda indefinido como o grego pi.

Fato, a vida oferece infinitas perpectivas. Hoje a vejo impalpável, ignota, impensável, incompreensível."


LuLi