29.4.10

Dos instintos


"O sexo não exige sentimentos, apenas pede sintonia, cadência, ritmos, sincronicidade.... do olhar que busca a resposta, do gesto a demonstrar o interesse, do lábio a instigar o beijo, da língua a envolver-se em tudo, dos dentes e unhas a provocar arrepios, dos dedos a reconhecer seus caminhos, do peito o palpitar incessante, dos pêlos a eriçarem-se todos, do fluxo a procura do efluxo.
Do instinto, as esperadas respostas."

LuLi

Insanidade


"Incapacidade de comunicar nossas idéias."


Então todos nós, em maior ou menor grau, somos insanos.

Mas, não confundam insanidade com perda de controle, há duas opções, controlar a mente ou deixar a mente controlar vocês.

Verônika decide morrer
Paulo Coelho

23.4.10

PETER PAN, JUNG, MINHA SOMBRA E EU



"É, ao sol, assim tão inofensiva. Eis a parte mais viva da minha personalidade...a tentar se perder de mim como a de Peter Pan... que fazer? Procurar Wendy, agulha e linha, para que a costure a meus pés?


Daqui, nem se vislumbra que detém tudo que em mim é inaceitável, meu EGO obscuro, o EU primitivo a degladiar com os instintos, personificando tudo o que não tenho desejo de ser, minha personalidade em sua pior experiência, ainda que criativa, espontânea e permissiva.

Impossível erradicá-la, sombra minha, manter-me no escuro, incompleta...

A admito... me liberto aos poucos de sua influência compulsiva... a sombra me faz humana."

LuLi

MeNaS - Experiência no mundo das palavras


LeTraS, que também se unem, como nós, e se transformam. São mais assim, e muito mais. Unidas, uma e outra, e separadas também, necessariamente, em formas quase infinitas e tanto quanto surpreendentes.

Disponíveis aos olhos, aos ouvidos, ao tato, sentidas ou marcadas na pele, de qualquer forma, sempre tatuagens... mentais, reais, sutis, etéreas e eternas."



LuLi

19.4.10


Eu, cá com meus botões..."


LuLi

FRAGMENTOS DE PECADO





Sapatos vermelhos, verniz infantil a ofuscar-me os olhos. Meias alvíssimas, longas e finas pernas, no mesmo tom das meias, a perderem-se das vistas num emaranhado azul-pregueado da sala escolar.


Todos os dias, postava-me ali, no banco a fitá-la. Inclusive quando sabia que ela não estaria lá.


Sua presença indelével, sua energia esfuziante emanava permanentemente e, meus sentidos, inebriados, ainda hojea vêem ali, a segurar os livros de encontro ao colo, olhar baixo e lânguido por entre rubros e cacheados cabelos.


A primeira vista já tive tocada a alma, desde então vivendo aos solavancos dentro de mim.


Das certezas em minha vida, todas anularam-se e passei a um estado de adoração e graça, exultantes em meu peito amor e devotamento àqueles sapatos vermelhos.


Nunca a quis para mim, pois já era minha, já era tudo, da luz que acorda os olhos ao derradeiro suspiro. Passara a habitar em mim como nem eu mesmo habitava.


Talvez, por sorte, ela nunca tenha existido. Por isso, meus sonhos e vida nunca foram frustrados.


Vivi e depois, não mais, por ela e para ela. Sem nunca entender mais nada que não fosse vermelho.


LuLi

18.4.10


Non, Je ne Regrette Rien


"Non... rien de rien...

Non... je ne regrette rien

Ni le bien qu'on ma fait,

Ni le mal - tout ça m'est bien égal!

Non... rien de rien...

Non... je ne regrette rien

C'est payé, balayé, oublié,

Je me fous du passé!

Avec mes souvenirs

J'ai allumé le feu,

Mes chagrins, mes plaisirs,

Je n'ai plus besoin d'eux!

Balayé les amours

Avec leurs trémolos

Balayés pour toujours

Je repars à zéro...

Non... rien de rien...

Non... je ne regrette rien

Ni le bien qu'on ma fait,

Ni le mal - tout ça m'est bien égal!

Non... rien de rien...

Non... je ne regrette rien

Car ma vie, car mes joies,

Aujourd'hui, ça commence avec toi!"


Na voz de Edith Piaf

"Ando sem pressa, sem vontade de atalhos. O tempo me ensinou sobre caminhos longos e a quantidade de flores que podem existir nas beiradas de estrada. Ando sem espelhos, sem reflexos, sem ilusão. Ando com as mãos livres, de braços abertos ao futuro que me espera na próxima curva.Tenho pensado sobre pedras. Quantas vezes eu inventei de mudar o caminho para não enfrentá-las. Talvez porque fosse fraca, talvez porque, às vezes, achei que só podia chorar e aceitar um destino. Percebo que agi errado ao tentar transpor a pedra cavando um túnel com uma colher de sobremesa. Aprendi a contorná-las, sempre de mãos dadas com pessoas de coração quente.De tudo o que passa, resta-nos o amor e a saudade pela vida-fantasia encenada dentro de nós. Resta-nos a lembrança de quem precisava apenas cruzar nossos caminhos para ensinar e aprender algo. E temos ainda a companhia de quem elegemos pra compartilhar a estrada, mesmo que um dia, ela descubra que as placas de seu destino indicam que deva virar à esquerda no próximo quilômetro. (Ou quem sabe, elas indiquem apenas para caminhar lado a lado, para todo o sempre – mesmo que ele não exista)."


Ana Flavia Alberton

De mim, sem medos


"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite"

Clarice Linspector