29.3.15

Vazante

"Vazio, vazia,
   vazante...
 vaso a acolher seus versos,
vazados por entre os dedos
a borrar todas as tintas e
estragar as fantasias, 
desmascarar toda a graça, 
arregaçar a ferida,
fazer e refazer doer,
num remoer
vazio e sem nexo,
a me esvaziar às colheradas,
numa incessante angústia,
a esvair-me, 
colherada a colherada, 
sendo menos, cada vez mais."

LuLi